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Robôs fazendo Arte?

Matéria de PEDRO FRANCO, publicada em 24/02/2023 - 18:55


Compartilhei:



"Como um modelo de linguagem treinado em enormes conjuntos de dados, o ChatGPT é um feito impressionante da tecnologia moderna. No entanto, muitos podem questionar sua capacidade de ser criativo e inovador.


Ao olhar para alguns dos grandes gênios do passado, como Marcel Duchamp, Andy Warhol, Albert Einstein, Isaac Newton e Freud, podemos ver como eles quebraram paradigmas estabelecidos e revolucionaram seus campos de atuação. Cada um deles trouxe uma abordagem única e inovadora, desafiando as convenções estabelecidas e criando novas formas de pensar.


Por exemplo, Duchamp desafiou a noção tradicional de arte com suas obras conceituais e “ready-made” que questionavam o que poderia ser considerado arte. Warhol desafiou as ideias estabelecidas sobre a arte comercial, transformando objetos mundanos em obras de arte icônicas.


Einstein revolucionou a física com sua teoria da relatividade, que questionava a visão clássica do espaço e do tempo. Newton desenvolveu novas teorias sobre a natureza e o movimento dos objetos, lançando as bases da física moderna. Freud questionou a natureza da mente humana, desenvolvendo a psicanálise como uma forma de explorar o inconsciente.


Ao comparar esses grandes gênios com o ChatGPT, é importante lembrar que, embora o ChatGPT seja capaz de gerar texto de forma impressionante, ele é limitado por sua programação e pelos dados em que foi treinado. Embora o ChatGPT possa oferecer respostas surpreendentes e inesperadas, sua criatividade e inovação estão confinadas aos limites do conhecimento humano


Em última análise, a capacidade do ChatGPT de ser criativo e inovador dependerá do que nós, seres humanos, decidirmos alimentá-lo e como escolhemos usar as informações que ele gera. O ChatGPT pode ser uma ferramenta poderosa para inspirar novas ideias e formas de pensar, mas cabe a nós usá-lo como um trampolim para a criatividade e a inovação, em vez de uma fonte final de soluções prontas e acabadas.


O nobre leitor que acompanhou minhas últimas colunas, acredito que tenha estranhado, o “tom” pasteurizado pontuado acima.

Pois bem, o texto acima foi escrito pelo próprio ChatGPT, ou seja, é ele falando sobre ele mesmo a partir das seguintes coordenadas:


“Escreva uma coluna em tom de questionamento sobre a capacidade do CHATGPT no que tange a criatividade e inovação. Faça um paralelo sobre grandes gênios que romperam com paradigmas do passado, tais como Marcel Duchamp, Andy Warhol, Albert Einstein, Isaac Newton, Sigmund Freud”.


É fato de que é impressionante a capacidade de síntese e transcrição da IA.

Porém acho nítida a falta de alma por trás da supracitada escrita.


Tudo certo, tudo correto, mas sem nenhuma emoção.


Pobre sociedade que precisa de emojis para expressar suas emoções.


Que vê o mundo através das câmeras de celular em busca da famigerada imagem “instagramável”.


Ou ainda, que mede o conhecimento e potencial de cada ser pela quantidade de informações armazenadas. (tal qual um grande Hard Disk.)


Talvez por isso não me surpreenda o fato de que o ChatGPT tenha passado em vestibulares, exames da ordem e ainda tornando-se mestre.


Em paralelo ao ChatGPT temos o Midjourney. O programa de IA que transforma palavras em imagens.


Recentemente o programa ganhou um concurso de artes plásticas. O (autor) foi o designer de jogos Jason Allen, e o concurso foi Colorado State Fair.


Parafraseando Marcel Duchamp “quando tudo é arte, nada é arte”


Tal qual a IA se parece com o ser humano, o ser humano se parece cada vez mais com máquina.


Talvez tenha chegado o momento de questionamentos e receios.


Mas não pelo que se tornará o ChatGPT, mas sim pelo que vem se tornando nossa sociedade."

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